Dia 8 do NOS Alive - Conhecendo bandas com história

No dia 8 dos NOS Alive estiveram presentes bandas de nome sonante como Kodaline e Imagine Dragons, no palco principal; no secundário, Spoon, com discografia histórica, e Benjamin Booker, de balanço perto do jazz e dos blues, e também Cage the Elephant, para um público mais jovem.

Às 18:45 entrou no palco secundário Heineken a banda de Benjamin Booker. Com uma discografia de dois álbuns em estúdio e um ao vivo, o artista cumpriu uma hora de blues rock ao gosto de um recinto meio cheio. Sons interessantes saíram da guitarra eléctrica e de um baixo que preenchia e completava o concerto, ao mesmo tempo que a voz rouca e característica de Benjamin se fazia ouvir.
Este foi um concerto agradável e competente, um espectáculo de rock competente e interessante, mas que não impressionou superando expectativas. Abriu no entanto o palco para os Spoon, com um pedido de Benjamin ao seu público, para este ficar para a banda que se seguia.

Benjamin Booker

Os Spoon chegaram então e colheram um público um pouco mais numeroso. A banda de indie rock encantou com os efeitos e distorções nos instrumentos e na voz, nas suas músicas, fazendo lembrar por vezes Arcade Fire. Entre canções de toda a sua ampla discografia, os artistas fizeram rock de todo o tipo; Britt Daniel usou com perícia a sua voz, suavemente ou rasgada, e também, pontualmente, o seu corpo, em momentos mais teatrais. Foi um concerto que encantou e remeteu para outros imaginários do rock e para a própria longa carreira da banda.

Spoon. Fonte: Blitz.

Imagine Dragons teve a voz do vocalista principal enfraquecida; mas nem por isso ele deixou de se entregar cantando com paixão; o público acompanhou-o em peso nas músicas quando ele assim solicitava e também nos maiores hits, impressionando particularmente a força desta em Top of The World e em Believer.
A banda pop mais esperada do dia premiou a expectativa com um espectáculo de prestações, em que os membros da banda trocavam de instrumento fluidamente ao seu gosto, mostrando a sua versatilidade e sintonia e surpreendendo com solos instrumentais inesperados, por cima da perícia do teclado e sintetizador, que sempre encheu.
Esteve no entanto com energia e a dar um grande espectáculo, teatral, empenhado em dar ao público tudo o que ele merecia, e este deixou-se levar, constituindo uma massa de vozes constantemente entusiasmada durante todo o concerto.



Imagine Dragons. Fonte: CA Notícias


Por fim, Cage the Elephant estiveram para partir a casa toda. Com a assembleia a encher e exceder o próprio recinto do palco Heineken, cantando em coro a uma só voz, encheram os seus próprios corações e também, certamente, os dos artistas em palco.
Com personalidades únicas, cada um dos membros da banda se entregou totalmente neste concerto; em certas músicas, encontravam-se todos eles a cantar, mesmo os que não tinham microfone. O guitarrista de ritmos era um homem do público, empenhado e entusiasmado; sem medo, aproximou-se várias vezes da beira do palco, e por duas vezes se juntou ao público sentado e abeirado sobre as cancelas. Cantou sempre com grande entusiasmo, e uma das vezes em que voltava a subir ao palco entregou a guitarra a um roadie; e em seguida dançou uns breves segundos, aproveitando o momento. O teclista cantou incessantemente, assegurando as vozes enquanto o vocalista principal, Matt Shultz, se dava à liberdade de fazer festa, dançando, saltando, e soltando-se completamente, com total liberdade em palco.
Contrariamente ao que indicia a música "Got so much to lose", não tiveram medo de se entregar totalmente num espectáculo que foi impressionantemente envolvente, um concerto que levou o seu público alvo a uma festa de danças e de projecção de vozes, numa sintonia brilhante entre uma banda que deu tudo e um público que também tudo deu.

Cage the Elephant. Fonte: CA Notícias.

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