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A mostrar mensagens de novembro, 2015

Sweet and Lowdown (Woody Allen, 1999)

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Wanna go watch some trains? Emmet é um guitarrista de jazz, ficcionado, que tem uma personalidade muito própria. Certas características suas são surreais ao ponto de torná-lo uma pessoa bastante cómica. No seu narcisismo inegável, faz viagens pelo mundo com a sua banda. Conhece mulheres a quem não se quer apegar, pois o facto de ser um génio na música faz-lhe querer dedicar-se apenas a isso. O filme é feito como se fosse um documentário. Enganou-me bem, porque não investiguei muito sobre ele antes de o ver. Estava bastante engraçado, satirizando as personagens, principalmente de Emmet e das mulheres que ele teve. Entre um leque de punchlines que se ia repetindo ao longo do filme, sempre cómicos, mostrava-se a mania de Emmet por ver os comboios passar, assim como de matar ratazanas a tiro. Esta sua ideia de diversão estava muito genuína, sendo que quando ele conhecia uma mulher queria partilhar isto com ela, o que era ao mesmo tempo bastante cómico e querido. Sean Penn

7 Mil Milhões de Outros (Museu da Electricidade, 2015)

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A exposição 7 mil milhões de Outros tem um espólio de entrevistas incontável, que ausculta milhares, talvez milhões, de habitantes do planeta. Conhecemos homens e mulheres que queriam ser pilotos. Que, talvez, nas suas terras, fossem os únicos com esse desejo. Mas conhecemos outras pessoas com outras histórias, que vivem em outros lugares, e que também tinham esse sonho. Conhecemos homens e mulheres com boas recordações de infância. Alguém que se lembra do cheiro da mãe. Conhecemos quem não tenha. Alguém que se lembra de ver a morte da mãe, envolvido nos seus braços. Conhecemos quem tenha sofrido numa guerra; e quem sofra, por ter feito sofrer. Conhecemos quem tem medo que Deus não exista, e quem tem medo que Deus exista. Conhecemos quem nos diz directamente: amo-te. 7 mil milhões de Outros foi uma exposição que me deixou inquieta, pelo simples facto de haver tantas entrevistas para ver. Isto é, melhor dizendo, tantas pessoas para ouvir e conhecer. Pessoas q

Uma Criança em Perigo (Hayden, 2008)

[SPOILERS] Torey é uma especialista em ensino especial que escreve livros a contar histórias de crianças com quem já trabalhou. Para mim, normalmente, os seus livros têm um clima envolvente que, apesar de perturbador em certos aspectos, o amor e a empatia para com as personagens desponta e habita todo o livro, deixando-me de certa forma encantada com elas (as crianças com perturbações mentais). Porém, neste livro há algo de diferente. Apesar de haver essa empatia, e a alegria pelas pequenas progressões, este livro tem um crescendo do clima perturbador. Há uma atmosfera de medo que a criança, Jadie, sente, e passa tanto para Torey como para o leitor. Para além de habitar a recordação da ex-professora daquela turma, que se suicidou, a criança protagonista, conforme se vai afeiçoando a Torey, revela-lhe cenas atrozes que supostamente vivenciou. Quando no início se pensa nesses eventos como invenção pura, ao longo do livro a tensão cresce, pois surgem sinais de que a me